Argentina: o jejum vai aumentar?

A estreia da seleção argentina na Copa América foi cercada de expectativas. Mas o que se viu dentro de campo foi mais do mesmo: um time sem identidade e jogadores consagrados como Di Maria e Aguero omissos em campo. Messi, a principal estrela, mais uma vez não conseguiu jogar. Afinal, não se ganha sozinho num esporte coletivo.

A derrota para a Colômbia por 2 a 0 foi a primeira da Argentina em estreias de Copa América desde 1979, quando levou 2 a 1 da Bolívia. E foi a primeira de Lionel Messi em debutes com a seleção principal – venceu na Copa do Mundo de 2006, 2010 e 2014, na Copa América de 2007 e 2016 e empatou na Copa América de 2011 e 2015 e Copa do Mundo de 2018.

Já são 26 anos de jejum de títulos, sendo o último conquistado em 1993, a própria Copa América. Nesta competição, quem começa com o pé esquerdo normalmente não fica com a taça. Apenas duas vezes na história uma seleção que estreou perdendo terminou como campeã: o Brasil em 2007 e o Chile em 2016.

E a derrota para a Colômbia foi ainda mais marcante, pois os colombianos não venciam o duelo contra os rivais desde 2007. Pela Copa América a seca era desde 1999. E mais: não marcavam gol na Argentina desde 2011. Duas bolas na rede não acontecia desde 2007.

O técnico Lionel Scaloni é o mais jovem da Copa América 2019, apenas 41 anos. Faz seu primeiro trabalho como treinador já de cara na seleção principal com o peso da falta de títulos. Uma conta que já seria difícil de ser paga por treinadores mais consagrados, como Diego Simeone e Mauricio Pochettino, que foram sondados após a Copa do Mundo de 2018, mas recusaram o convite.

Pelo que se viu na estreia – uma Argentina sem jogo coletivo, sem padrão de jogo, sem meias que sustentem o meio-campo também com opções ofensivas – o jejum de títulos deve aumentar. Até quando?