Crítica: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

Se tem uma saga que é popular, famosa, amada e super consagrada é Harry Potter. A escritora J.K.Rowling foi capaz de construir uma obra literária simplesmente incrível e encantadora, muito rica, nos mais diferentes aspectos. Ela havia prometido, quando o último filme, “Harry Potter e As Relíquias da Morte, parte 2” foi lançado, que está findo o universo de Harry Potter. Entretanto, além de alguns contos avulsos e a peça teatral (que posteriormente virou livro também), anunciou-se uma nova saga derivada da história do bruxinho: Animais Fantástico.

O primeiro filme foi Animais Fantásticos e Onde Habitam, que desvelou mais um pedaço do maravilhoso universo mágico de Harry Potter, mais especificamente décadas antes dos acontecimentos da saga principal. O novo filme “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”, dá sequência a narrativa construída no primeiro filme.

Quem é fã de carteirinha, leu todos os livros, viu todos os filmes, tem os livros paralelos (como é meu caso) costuma ter um olhar bastante crítico sobre qualquer coisa relacionada a obra e ser mais exigente. Felizmente Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald consegue satisfazer muito bem fãs e não-fãs.

A sinopse do filme é basicamente a seguinte: Newt, por conta dos acontecimentos em Nova York, é impedido de sair do Reino Unido novamente, o que o deixa inquieto. Paralelamente a isso, Grindelwald escapa da prisão, reúne seguidores, divide o mundo entre bruxos e não bruxos e vai atrás de Credence, pois ele seria vital para os seus propósitos, entre eles, matar Dumbledore. Dumbledore, por sua vez, pede a Newt que lute contra Grindelwald, pois ele não pode (guarde esse informação).

Nem é preciso falar o quão maravilhoso é o aspecto visual do filme e todos os efeitos especiais, como é de se esperar em um filme onde a magia rola solta. A trilha sonora é ótima como sempre e a fotografia é excelente, apesar de excessivamente escura em alguns momentos.

O filme traz de volta alguns personagens do anterior, como Queenie e Jacob, que continuam com aquela química bacana e proporcionam alguns momentos deliciosos de comédia e fofura, romance, separadamente ou juntos.

Um ponto da obra que deixou um pouquinho a desejar é que, como algo que faz parte do universo mágico de Harry Potter, é que faltou justamente mais momentos de prática da magia. Obviamente teve vários momentos onde isso ocorreu, mas menos do que se gostaria.

Um elemento surpreendente e um tanto quanto polêmico foi a revelação de que a Maledictus, a mulher que sofre de uma maldição na qual ela se transforma em cobra e um dia ficará definitivamente como tal, é nada mais, nada menos (ALERTA DE SPOILER) que a famosa Nagini. Sim, a Nagini, a cobra de estimação de Voldemort! Esse foi um elemento novo e curioso e que obviamente deixa uma ponta solta para os próximos filmes.

Porém isso é de certa forma compreensível, tendo em consideração que esse filme vai explicar muita coisa do passado e costurar as coisas para os próximos filmes que virão (especula-se que possa haver 5 filmes ao total).

A trama de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald ganhou uma enorme complexidade, muita mesmo. Tudo se tornou bem mais denso, profundo e repleto de detalhes, de elementos novos e diferentes que se somam ao universo de Harry Potter.

Aliás, uma das coisas mais bacanas do filme, além propriamente da trama ter ficado mais complexa como um todo, foi justamente coisas novas que apareceram elucidaram algumas coisas e deixaram pontas soltas para os filmes que virão.

Um ponto negativo do filme é que em alguns momentos as coisas ficam bastante confusas, o que eventualmente torna difícil de acompanhar o desenrolar da história. São doses cavalares de informações em um curto período de tempo, seja por meio dos diversos flashbacks, seja pelo desenvolvimento do momento atual.

Os flashbacks foram interessantes não só para justificar e explicar em si determinados aspectos, mas trazer aos fãs informações novas.

Um aspecto bem interessante desse filme é que é impossível não fazer uma conexão com o que tem acontecido a nível mundial em termos sociais e políticos, com a ascensão de governos autoritários, do fascismo e do preconceito, encarnados nesse caso na figura de Grindelwald e seu discurso pseudo-populista. Aborda-se nesse ponto a questão da manipulação das massas.

Nesse sentido, a cena em que Grindelwald discursa, usando toda sua lábia e um apelo populista e demagogo, usando táticas de projeção (negar o que há em si e projetar isso no outro) e acusação do “outro”, falando de maneira falaciosa e colocando aqueles que estão contra eles como sendo os malvados e violentos e eles como os bonzinhos, que eventualmente apenas estariam se defendendo. Essa foi um sacada genial e proporcionou uma densidade fenomenal.

Outro ponto bem interessante foram os plot twists. Antes das cenas do discurso de Grindelwald e a batalha que se segue, Newt, Tina, Leta Lestrange, Yusuf Kama e Maledictus estão no mausoléu da família Lestrange, onde estariam possivelmente guardadas as informações sobre a origem de Credence.

Depois de toda uma confusão no mausoléu,Leta Lestrange (ALERTA DE SPOILERrevela que na verdade foi ela quem matou seu irmão Corvus. Não propositadamente, mas matou. Quando foi mandada com seu irmão e a empregada que iria cuidar deles para outro país, durante a viagem de navio ela ficou cansada e irritada com o choro sem fim dele e trocou ele por outro bebê. Entretanto, o navio afunda e o seu irmão ainda bebê acaba morrendo no naufrágio. Sendo assim, Credence não é Corvus Lestrange.

No entanto, o maior e mais chocante spoiler, revelado nos instantes finais do filme, é ainda mais estarrecedor. Credence (ALERTA DE SPOILER) é ninguém menos que Aurélio Dumbledore. Sim, Credence é parente de Alvo Dumbledore!!! Porém, logo depois disso o filme acaba, deixando aquele enorme e instigante ponto de interrogação e uma vontade desesperada de ver os próximos filmes para saber o que acontece e entender, além de outras coisas, essa última revelação chocante.

Enfim, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é realmente um filme muito bom e que vale cada centavo do ingresso.

1 comentário em “Crítica: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”

  1. Eu acho que este filme é muito bom. Os filmes de animação nos surpreenderam o ano passado, já não é só um filme que as crianças querem assistir, agora os adultos gostamos desse tipo de filmes. Eu acho porque gostamos das histórias, eu estou grata com HBO porque eu achei um jeito fácil e diferente de assistir filmes que eu adoro como Animais Fantásticos que é uma história muito bacana, posso assistir muitas vezes sem enjoar, é divertida de mais. Vale muito à pena, é um dos melhores do seu gênero. Além, tem pontos extras por ser uma historia criativa.

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